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segunda-feira, 26 de março de 2012

Como cuidar de ninhada ou mesmo de gatinhos órfãos

Se a sua gata teve gatinhos há poucos dias e não os consegue alimentar ou encontrou uma ninhada de gatinhos recém-nascidos abandonados então a vida deles depende de si. Os gatinhos recém nascidos são muito frágeis e rápidamente ficam em risco de vida se não se tomarem as medidas adequadas.

Os pontos fulcrais que vai ter de tomar em conta são:

1. Alimentação

2. Higiene

3. Temperatura ambiente

4. Socialização

5. Prevenção de doenças

Terá de reconhecer os sinais de que os gatinhos não estão bem para caso necessário recorrer ao seu veterinário. Caso tudo esteja a decorrer normalmente a ninhada mantém-se junta, com temperatura corporal adequada (encoste a mão para sentir o corpo morno), sossegados e dormem a maior parte do tempo. No caso de observar algum gatinho com falta de força nas patas (toque-lhes nas patas e note que, caso não estejam bem, farão movimentos muito débeis e lentos das patas), “choram” muito numa fase inicial mas depois ficam pré-comatosos, inertes, frios e com a zona das gengivas e em redor do nariz com cor cinzenta. Se isto acontecer está na altura de ir com eles ao veterinário.

ALIMENTAÇÃO

Deverá a todo o custo que eles mamem na mãe nas primeiras 12 horas após o nascimento. Isto deve-se ao facto de o leite da mãe possuir muitos anticorpos contra doenças que os gatinhos conseguem “absorver” através dos seus intestinos nas primeiras 12 horas de vida. Passadas estas 12 horas começam a perder essa capacidade e os seus intestinos tornam-se estanques aos anticorpos do colostro ao fim de 24 horas. Se a mãe ainda estiver por perto nessas primeiras horas e conseguir que os gatinhos mamem, então está-lhes a aumentar as possibilidades de sobrevivência.

Caso exista alguma outra mãe gata por perto com uma ninhada pode tentar juntar os gatinhos orfãos a essa mãe e esperar que eles sejam adoptados e alimentados. Se for uma ninhada com gatinhos do mesmo peso, a possibilidade de serem adoptados é grande. No entanto corre o risco de a mãe adoptiva começar a rejeitar os gatinhos mais pequenos no caso de ninhadas de pesos diferentes.

Quando não há hipótese de alimentação natural, então terá de ser feita alimentação artificial com biberão ou com tubo gástrico. A escolha óptima é a alimentação por biberão. A alimentação por tubo gástrico é adequada para gatinhos em dificuldades, devido à sua debilidade. Esta última só deve ser aplicada pelo veterinário pois corre-se o risco de intubar a traqueia acidentalmente e provocar-e a morte dos gatinhos por asfixia com leite ou pneumonia.

É fácil encontrar biberãos para gatos à venda. Por vezes as latas de leite em pó para gatos trazem no seu interior um biberão.

O leite a utilizar é o leite em pó próprio para gatos que também consegue encontrar no seu veterinário ou em algumas lojas de animais. Alerta especial para o facto de o leite de vaca não ser adequado para alimentação dos gatinhos recém nascidos, e muito menos o leite de vaca misturado com água. Contráriamente à crença popular, o leite de vaca não é “forte” demais para os gatinhos. O leite de gata tem um teor de gordura muito superior ao leite de vaca portanto o leite de vaca não é nutricionalmente adequado para uso a longo termo na alimentação dos gatinhos recém nascidos. Se tentar alimentá-los com leite de vaca, verificará que eles se irão tornar cada vez mais frágeis e com probabilidade não sobreviverão. Outra alternativa é o uso de leite artificial “fabricado” em casa. Novamente uma referência que este leite “fabricado” em casa também se utiliza apenas em caso de emergência e por períodos curtos quando não há o leite em pó próprio para gatinhos. A receita deste leite é a seguinte:

100g de leite em pó

100ml de água fervida

1 iogurte natural (não escolher iogurte magro)

3 gemas de ovo (não colocar as claras)

Faça apenas a quantidade para 1 dia e guarde no frígorifico. Lembre-se que esta fórmula só pode ser usada por poucos dias (até obter o leite adequado para gatinhos).

Adquirido o leite de substituição há que prepará-lo. Siga as instruções da embalagem. Arrefeça a temperatura do leite até à temperatura corporal. Se o contrário não estiver no rótulo do leite, cada gatinho necessita de 1ml de leite por cada hora nas primeiras 48 horas de vida. Mesmo durante a noite é preciso alimentá-los. Esta quantidade é aumentada em 0,5ml por cada dia que passa, até se atingir os 10ml. Até ao final da primeira semana de vida necessitam de 9 a 12 refeições por dia. Na segunda semana necessitam de 8 refeições por dia. Na 3ª e 4ª são 6 refeições por dia. Na 5ª e 6ª são 4 refeições por dia. Caso passem muitas horas entre cada refeição, especialmente nas primeiras semanas de vida, os gatinhos poderão morrer pois o seu fígado ainda não tem capacidade de “armazenar” energia sob a forma de glicogénio e enfraquecem rápidamente sem alimento. Daí que é fundamental alimentá-los mesmo durante a noite. Se começarem a ter diarreia, possívelmente estará dar demasiado leite de uma só vez ou a exagerar no seu total diário.

Se por acaso tiver hipótese de pesá-los regularmente (com uma balança de cozinha electronica) terá a oportunidade de verificar se tudo está a correr bem. Pese-os diáriamente nos primeiros 10 dias de vida e dia sim dia não nos 10 dias seguintes. O ideal é que eles cresçam entre 50 a 100g por semana e que aos 14 dias dupliquem o peso à nascença. Se isto não ocorrer já sabe que deverá ir ao veterinário. Caso tenha dificuldade em alimentá-los ou eles comecem a rejeitar o biberão então o seu veterinário terá de alimentá-los com sonda gástrica.

HIGIENE

Os gatinhos com menos de 3 semanas de idade não possuem os mecanismos neurológicos próprios para urinar ou defecar por eles próprios. Necessitam de um estímulo exterior para que isso aconteça. Esse estímulo é normalmente providenciado pelas suas mães que labem a zona anal e genital. Terá de arranjar um algodão embebido em água morna e passá-lo por estas zonas. Normalmente no espaço de 2 minutos de fazer isto, os gatinhos defecarão e urinarão. Alguns gatinhos são mais estimuláveis depois das refeições enquanto outros o serão antes.

TEMPERATURA

Na minha prática clínica o que verifico com mais frequência em termos de falhas no cuidado aos recém nascidos são a alimentação em intervalos demasiado alargados e incapacidade em manter-lhes um ambiente aquecido. Normalmente eles morrem por uma destas razões. Os gatinhos recém nascidos são totalmente incapazes de manterem a temperatura corporal (não a conservam nem tremem para aumentá-la). Teremos de ser nós a proporcionar-lhes temperatura ambiente em redor de 30ºC. Pessoalmente prefiro que essa temperatura seja conseguida através de aquecedores e não de calor de contacto (sacos de água quente, etc.) pois os segundos podem causar queimaduras e serem ineficazes caso os gatinhos se afastem desse local. Se tudo correr bem e a temperatura estiver adequada os gatinhos estrã deitados lado a lado. Caso se amontoem, estará frio. Caso se afastem muito do local onde estão então estão com calor.

PREVENÇÂO DE DOENÇAS

No caso dos gatos, contráriamente ao caso dos cães, a infestação pré-natal com parasitas não ocorre. Desta forma a primeira desparasitação deverá ocorrer a partir das 3 semanas de idade, tendo o cuidado de utilizar apenas um medicamento adequado a esta idade. No caso das vacinas, as primeiras poderão ser dadas a partir das oito semanas.

SOCIALIZAÇÃO

É fundamental que ocorra uma correcta socialização nesta idade. As vantagens de uma socialização correctamente efectuada é que se previnem problemas comportamentais no futuro. Um gato que não teve um correcto contacto com humanos e outros gatos nesta idade ou que sofreu traumas psicológicos ficará para sempre com um comportamento anti-social, agressivo, fugitivo. É uma idade de construção da personalidade em esta ficará definitivamente marcada pelo que ocorrer.

Deverá ter um contacto de 30 minutos diários com os gatinhos para os estimular, brincar, etc. para além do tempo que passa com eles a alimentá-los e a fazer-lhes a higiene. Para além disso será importante o contacto com os outros membros da ninhada. Se possível não os separe antes de perfazerem 6 semanas de idade, por forma a que a socialização e a estimulação mental se faça correctamente.

Habitue-os ao seu ambiente futuro, aos seus ruídos e a todos os membros da casa. Um gato que se sinta inseguro, num ambiente desagradável irá ter problemas no futuro (ex: urinar fora dos locais apropriados, agressividade para outros animais ou pessoas, etc.).

Se seguir todos estes conselhos verá que tudo correrá bem.

Nunca imaginou que a tarefa de uma gata fosse tão complicada pois não?

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